terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

poema aleatório 03



Te disse que não sabia lidar, desde o início. Te falei que não sou boa em receber elogios, mas te fiz tantos... E todos verdadeiros.
Te contei meus dramas, minhas inseguranças e meus ídolos. Me encantei com tuas bandas, teu jeito de sentir e demonstrar, e tuas posições diante do mundo.
E fim. Acabou.
Dizem que se deve agradecer ao céu por se ter uma paixão, mesmo que não concretizada, porque ainda é melhor que não ter.
Ok, eu agradeço, mas não me dou por satisfeita. Queria mais. Mas o que eu quero excede o limite do que eu posso.
Queria chegar pertinho, afastar teu cabelo dos olhos (já que não posso cortá-lo), olhar no fundo deles e te dar um beijo. Meu coração aceleraria, e eu sentiria o teu batendo no mesmo ritmo. Aí viria o abraço, infinito, como todos os abraços deveriam ser. Pegaria na tua mão e andaríamos de mãos dadas, sob a luz da lua. Depois, voltaríamos pros nossos mundos. Com o sorriso de orelha a orelha.
Iriam bastar, só algumas horas, só alguns instantes? Não. E, ainda que contrariada, te agradeço por me lembrar. A cena ainda vai existir. Mas somente dentro de nós. Escrevo na tentativa de exorcizá-la, de tirar de mim e eterniza-la no papel.
Escrevo hoje, depois de tempos, porque só o faço quando algo mexe comigo. E você mexeu.

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