“Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder”Ídolos, exemplos a serem seguidos.
Pessoas que idolatrei e por quem tinha a maior admiração possível.
Suas idéias, seus ideais, eram dignos de meus aplausos.
Seus projetos e metas eram modelos para os meus.
Em que ponto nos tornamos tão diferentes?
Em que parte do caminho um de nós tomou outro rumo?
Que está mais certo e quem está mais errado?
Ainda somos os mesmos, mas ainda sinto o tremor do choque inicial.
Reencontro saudoso.
Abraços calorosos, sorriso demonstrando toda a alegria que dá lugar à saudade.
Momentos de descontração.
Tudo em seu lugar.
Até que alguém quebra as regras.
Que agora ajudo a impor.
Como assim?
Eram eles quem outrora impunham regras que eu seguia com fidelidade.
Eram deles as palavras que me indicavam o caminho certo, que eu seguia defendia com veemência.
Como foi que “o jogo virou e a casa caiu”?
Quem são estes que não conheço mais?
Que por serem o que já foram, acham que são mais do que os outros?
Como podem achar-se no direito de transgredir normas e quebrar regras?
Estes, que
ainda são exemplo para muitos, comportam-se pior do que os piores.
Que moral e que direitos acham que tem?
Com certeza não os mesmos de antes, pois já não agem como antes.
E agem e fazem e brilham, e recebem aplausos.
E eu não consigo mais distinguir se são os ídolos ou os transgressores lá no palco.
Não consigo aplaudir.
Eles se despedem.
Vão se os transgressores, e levam meus ídolos com eles.
O povo vibra.
E eu choro.
